CORONAVÍRUS NO MEU MUNICÍPIO E AGORA?


O coronavírus é um vírus causado pelo covid-19, que teve início ainda em 2019 na China. Esse vírus possui algumas características marcantes: alto contágio (pessoas sem sintomas mas infectadas podem transmitir) e alto número de óbitos entre pessoas consideradas do grupo de risco (como idosos e pessoas com doenças crônicas - diabetes, cardiopatas, etc - ou condições de risco como obesidade e gestação de risco). 

Atualmente, o vírus arrasa países do hemisfério norte. Segundo a Organização Mundial de Saúde o mundo possui 2.119.300 casos e 141.945 mil óbitos (dados de 16/04/2020), no Brasil segundo o Ministério da Saúde são 29.165 e 1.764 mortes (dados de 16/04/2020). Uma análise superficial demonstra que temos aproximadamente 6 óbitos a cada 100 infectados. Uma taxa bastante alta e que em alguns países como Itália e Espanha está muito maior (aproximadamente 20 óbitos a cada 100 casos). No entanto, não existem testes para toda a população sendo que esses números estão subdimensionados. 

É possível que a letalidade desse vírus seja muito menor na população do que a observada. Mas, ainda assim requer muito cuidado dos governos pelo seu rápido e alto contágio causando falência dos sistemas de saúde.

Nesse sentido, pesquisas são fundamentais para entendermos a história natural do vírus (como é o contagio, tempo de duração, desfechos na saúde das pessoas, picos de sazonalidade, etc) e tratamentos. 

Desta forma, a Universidade Federal de Pelotas vem desenvolvendo uma pesquisa inédita no cenário internacional. Os objetivos principais desse estudo são avaliar a proporção de indivíduos já infectados peloSARS-CoV-2, analisar a velocidade de expansão da infecção e estimar o percentual de infectados com e sem sintomas. Esses dados serão fundamentais para conhecermos elementos do curso do vírus na população brasileira e estipularmos medidas de intervenções mais eficientes.

A Organização Mundial de Saúde estipulou que o Distanciamento Social Ampliado é estratégia fundamental para conter o aumento rápido de número de casos e dar tempo para que os países consigam se organizar e salvar vidas. Em alguns países esse medida não foi suficiente e o bloqueio total (lockdown) foi utilizado. 

No Brasil, estamos enfrentando na maioria dos municípios o Distanciamento Social Ampliado, se restringe ao máximo as aglomerações e contatos entre as pessoas, sem fechamento de perímetros e ruas (isso se caracteriza por bloqueio total). Essa ação feita no Brasil, permitiu que a evolução dos casos fosse mais lenta que em outros países, ainda assim observou-se um aumento significativo nos óbitos no mês de abril. 

Um efeito colateral importante do Distanciamento Social Ampliado é na economia com a paralisação da imensa maioria das atividades. Até quando iremos adotar esse modelo de enfrentamento ao coronavírus? Essa é a pergunta que empresários e trabalhadores estão fazendo aos gestores públicos. Eu me atreverei a apontar alguns caminhos que considero essenciais.

Primeiro é importante entender a gravidade da epidemia e não subestima-la. Discursos que vão de encontro a banalização da epidemia são perigosos e descartáveis. Sair do Distanciamento Social Ampliado para voltar as atividades sociais normalmente é obrigar o gestor de público a escolher quem vive e quem morre nas cidades, por que certamente faltarão leitos a todos. 

Mas, o que o Ministério da Saúde aponta para a possibilidade de passarmos para um Distanciamento Social Seletivo. Essa estratégia isola apenas alguns grupos, sendo selecionados aqueles que apresentam mais riscos de desenvolver a doença e quem foi diagnosticado com o vírus. Para que possamos avançar para essa fase de enfrentamento precisamos ter as seguintes informações e estruturas:


  •    Diagnóstico completo do número de leitos disponíveis e quantos leitos nossos gestores acresceram a esse número. Temos de ser capazes de tratar uma doença que apresenta altas taxas de internações na população infectada.
  •      Aumento de número de testes para identificar os casos e poder identificar e isolar os casos. Ministério da Saúde acaba de anunciar a distribuição de teste aos estados: http://aps.saude.gov.br/noticia/8078 
  •      Países com Atenção Primária à Saúde forte (Estratégia de Saúde da Família) podem ter maior êxito. Evitam grandes deslocamento das pessoas com suspeita até hospitais ou grandes centros, podem atender em domicilio, etc.
  •       Uso de teleconsulta (consulta com médicos/enfermeiros por meio de telefone, app, chat, etc). Governo disponibilizou: https://coronavirus.saude.gov.br/ 
  •        Médicos nas Unidades Básicas de Saúde - Equipes de Saúde da Família completas nas Unidades Básicas de Saúde. Novo Edital Mais Médicos: Mais 5 mil médicos chegarão aos municípios.
  •           Riscos de surtos devem estar minimizados em condições especiais, como instalações de saúde e casas de repouso.
  •         Medidas preventivas devem ser adotadas em locais de trabalho, escolas e outros lugares aonde seja essencial as pessoas irem. Devem ser criados protocolos de convívio em locais de aglomeração.
  •     Comunidades devem estar completamente educadas, engajadas e empoderadas para se ajustarem à nova norma.

Momento é de grande responsabilidade social, o distanciamento social ampliado trouxe grandes prejuízos econômicos, mas é um caminho mais seguro do que não fazer nada. Para sairmos de casa com maior segurança precisamos estar ciente da nossa responsabilidade em proteger a si próprio e aos outros e seu prefeito deve saber responder com clareza e segurança os pontos acima elencados. Não podemos subestimar o rigor do inverno no sul do Brasil e os sazonais picos de doenças respiratórias que sempre ocorrem no inverno. Esse é o prazo, quanto antes tivermos essas informações e estruturas prontas, antes poderemos passar para um nível mais brando de isolamento. Caso contrário: Fique em casa.

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