CORONAVÍRUS NO MEU MUNICÍPIO E AGORA?
O
coronavírus é um vírus causado pelo covid-19, que teve início ainda em 2019 na
China. Esse vírus possui algumas características marcantes: alto contágio
(pessoas sem sintomas mas infectadas podem transmitir) e alto número de óbitos
entre pessoas consideradas do grupo de risco (como idosos e pessoas com
doenças crônicas - diabetes, cardiopatas, etc - ou condições de risco como
obesidade e gestação de risco).

É
possível que a letalidade desse vírus seja muito menor na população do que a
observada. Mas, ainda assim requer muito cuidado dos governos pelo seu rápido e
alto contágio causando falência dos sistemas de saúde.
Nesse sentido, pesquisas são fundamentais para entendermos a história
natural do vírus (como é o contagio, tempo de duração, desfechos na saúde das
pessoas, picos de sazonalidade, etc) e tratamentos.
Desta forma, a
Universidade Federal de Pelotas vem desenvolvendo uma pesquisa inédita no
cenário internacional. Os objetivos principais desse estudo são avaliar a
proporção de indivíduos já infectados peloSARS-CoV-2, analisar a velocidade de
expansão da infecção e estimar o percentual de infectados com e sem sintomas.
Esses dados serão fundamentais para conhecermos elementos do curso do vírus na
população brasileira e estipularmos medidas de intervenções mais eficientes.
A Organização Mundial de Saúde estipulou que o Distanciamento Social
Ampliado é estratégia fundamental para conter o aumento rápido de número de
casos e dar tempo para que os países consigam se organizar e salvar vidas. Em
alguns países esse medida não foi suficiente e o bloqueio total (lockdown) foi
utilizado.
No Brasil, estamos enfrentando na maioria dos municípios o
Distanciamento Social Ampliado, se restringe ao máximo as aglomerações e
contatos entre as pessoas, sem fechamento de perímetros e ruas (isso se
caracteriza por bloqueio total). Essa ação feita no Brasil, permitiu que a
evolução dos casos fosse mais lenta que em outros países, ainda assim
observou-se um aumento significativo nos óbitos no mês de abril.
Um efeito
colateral importante do Distanciamento Social Ampliado é na economia com a
paralisação da imensa maioria das atividades. Até quando iremos adotar esse
modelo de enfrentamento ao coronavírus? Essa é a pergunta que empresários e
trabalhadores estão fazendo aos gestores públicos. Eu me atreverei a apontar
alguns caminhos que considero essenciais.
Primeiro é importante entender a gravidade da epidemia e não subestima-la.
Discursos que vão de encontro a banalização da epidemia são perigosos e descartáveis.
Sair do Distanciamento Social Ampliado para voltar as atividades sociais
normalmente é obrigar o gestor de público a escolher quem vive e quem morre nas
cidades, por que certamente faltarão leitos a todos.
Mas, o que o Ministério da
Saúde aponta para a possibilidade de passarmos para um Distanciamento Social
Seletivo. Essa estratégia isola apenas alguns grupos, sendo selecionados
aqueles que apresentam mais riscos de desenvolver a doença e quem foi
diagnosticado com o vírus. Para que possamos avançar para essa fase de
enfrentamento precisamos ter as seguintes informações e estruturas:
- Diagnóstico completo do número de leitos disponíveis e quantos leitos nossos gestores acresceram a esse número. Temos de ser capazes de tratar uma doença que apresenta altas taxas de internações na população infectada.
- Aumento de número de testes para identificar os casos e poder identificar e isolar os casos. Ministério da Saúde acaba de anunciar a distribuição de teste aos estados: http://aps.saude.gov.br/noticia/8078
- Países com Atenção Primária à Saúde forte (Estratégia de Saúde da Família) podem ter maior êxito. Evitam grandes deslocamento das pessoas com suspeita até hospitais ou grandes centros, podem atender em domicilio, etc.
- Uso de teleconsulta (consulta com médicos/enfermeiros por meio de telefone, app, chat, etc). Governo disponibilizou: https://coronavirus.saude.gov.br/
- Médicos nas Unidades Básicas de Saúde - Equipes de Saúde da Família completas nas Unidades Básicas de Saúde. Novo Edital Mais Médicos: Mais 5 mil médicos chegarão aos municípios.
- Criar fluxo de atendimento das pessoas em cada tipo de serviço. Disponível link: https://coronavirus.saude.gov.br/
- Riscos de surtos devem estar minimizados em condições especiais, como instalações de saúde e casas de repouso.
- Medidas preventivas devem ser adotadas em locais de trabalho, escolas e outros lugares aonde seja essencial as pessoas irem. Devem ser criados protocolos de convívio em locais de aglomeração.
- Comunidades devem estar
completamente educadas, engajadas e empoderadas para se ajustarem à nova norma.
Momento é de grande
responsabilidade social, o distanciamento social ampliado trouxe grandes
prejuízos econômicos, mas é um caminho mais seguro do que não fazer nada. Para
sairmos de casa com maior segurança precisamos estar ciente da nossa
responsabilidade em proteger a si próprio e aos outros e seu prefeito deve
saber responder com clareza e segurança os pontos acima elencados. Não podemos
subestimar o rigor do inverno no sul do Brasil e os sazonais picos de doenças
respiratórias que sempre ocorrem no inverno. Esse é o prazo, quanto antes
tivermos essas informações e estruturas prontas, antes poderemos passar para um
nível mais brando de isolamento. Caso contrário: Fique em casa.
Comentários