Governo vai liberar R$ 150 milhões para ampliar rondas escolares
Ministro
disse que 50 policiais vão monitorar ameaças na internet
O ministro
da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a liberação de R$ 150
milhões para ampliar as patrulhas escolares em todo o país, em meio à onda de
ataques a escolas e creches. Na tragédia mais recente, ocorrida na manhã desta
quarta-feira (5), em Blumenau (SC), um homem invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, matando quatro
crianças e ferindo pelo menos outras três. A Polícia Civil catarinense informou
que o autor do atentado foi preso após se entregar na central de plantão
policial da região.
“O valor
incialmente é de R$ 150 milhões, do Fundo Nacional de Segurança Pública,
[destinados a] estados e municípios que detêm a competência constitucional para
fazer esse patrulhamento ostensivo. Os editais devem ser publicados na semana
que vem”, informou Dino em entrevista no Palácio do Planalto, após se reunir
com o presidente e outros ministros. As rondas escolares correspondem ao
policiamento ostensivo realizado pela Polícia Militar ou Guardas Civis nas
portas e arredores de unidades escolares e creches, como forma de reforçar a segurança
pública nesses locais, que concentram grande circulação de crianças e
adolescentes.
Outra medida
da pasta é intensificar o monitoramento de ameaças e planejamento na internet
de ataques a escolas. De acordo com Flávio Dino, 50 policiais federais passarão
a monitorar exclusivamente esse tipo de crime, a partir de uma central da da
Divisão de Operações Integradas (Diop), vinculada à Secretaria Nacional de
Segurança Pública (Senasp) do ministério, em apoio direto às polícias
estaduais. Até então, eram 10 policiais envolvidos neste trabalho.
No último
dia 27 de março, a professora Elizabeth Tenreiro, 71 anos, morreu após ser esfaqueada na Escola Estadual Thomazia
Montoro, no bairro Vila Sônia, em São Paulo. O adolescente responsável pelo
ataque foi apreendido.
Grupo de
trabalho
Um grupo
de trabalho interministerial também será criado
por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob coordenação do
Ministério da Educação. Segundo o titular da pasta, Camilo Santana, o grupo
envolverá ainda os ministérios da Justiça e Segurança Pública, Saúde, Esporte,
Cultura, Comunicações, Direitos Humanos e Secretaria-Geral da Presidência.
“Esse
decreto criando esse grupo de trabalho [é para que] possamos ouvir os
secretários de educação, prefeitos, especialistas, e a gente poder construir
políticas de prevenção à violência nas escolas, que possam garantir não só
prevenção, mas ações imediatas e concretas”, afirmou Santana. Ele disse que
entrou em contato com o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, prestando
solidariedade e colocando à estrutura do governo federal no caso.
Com duração
inicial de 90 dias, o grupo deverá propor medidas diversas, incluindo eventual
edição de decretos e projetos de lei de enfrentamento a esses crimes. Um dos
focos poderá ser mecanismos de regulação da internet, onde proliferam grupos de
ódio que estimulam esse tipo de atentado.
“No Brasil,
nós temos uma intensificação nos últimos anos e aí, obviamente, na medida em
que há a intensificação da violência, é preciso ampliar as medidas públicas e
privadas que deem conta dessas tragédias, como esta terrível, infelizmente, que
vimos hoje em Blumenau”, destacou Dino.
Agencia
Brasil
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