O desafio de enfrentar a violência

 


Esse assunto, infelizmente, é a primeira pauta de nossos debates. A violência que se manifesta em nossa sociedade é motivo de preocupação e um enorme desafio.

        Você sabia: País teve 10,2 mil mortes violentas no primeiro trimestre do ano ; O Brasil registrou 47.503 homicídios ao longo de 2021, o equivalente a 130 mortes por dia, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública;  Fortaleza é a capital mais violenta, registrando 81,5 mortes por grupo de cem mil habitantes. 94,4% das vítimas são do sexo masculino. 51,6% das vítimas têm entre 20 e 29 anos. Os negros são a maioria das vítimas; há 27,4 mortes para cada grupo de cem mil habitantes; Entre 2020 e 2021, dados do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), tabulados pelo Instituto Santos Dumont (ISD), mostram que no Brasil o número de delitos contra as mulheres triplicou. Passou de 271.392 registros para 823.127; Os números de registros de crimes contra meninas e mulheres aqui apresentados visibilizam o quadro de violência vivenciado por elas durante a pandemia. Apenas entre março de 2020, mês que marca o início da pandemia de covid-19 no país, e dezembro de 2021, último mês com dados disponíveis, foram 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino.

        Quando passamos por dois anos de pandemia com um resultado de mais de 600 mil mortos pelo Covid, muitos destes, pais, avós, sobrinhos, irmãos e amigos, haviam muitas perguntas sendo feitas: Após a pandemia como seria a humanidade? As pessoas se tornariam, diante do desafio do isolamento e de perdas de vidas, seres humanos melhores? Estaríamos mais solidários, amorosos, empáticos e comprometidos com o nosso semelhante? Estaríamos dispostos a perceber o que realmente é importante para nossas vidas, diminuindo nosso ímpeto pelo consumismo e  valorizando os momentos com quem mais amamos?

        Os números nos causam uma ducha fria. Vivemos uma explosão de violência, intolerância, incompreensão. Líderes de todos os tipos promovem discursos perigosos. Não estamos reagindo, como sociedade, da forma mais adequada: Com amorosidade e compreensão. Eu, você e todos os demais integrantes desta casa chamada Mãe Terra, somos responsáveis pelo progresso e pelas mudanças necessárias. Não podemos banalizar e tratar como normal a violência. Não podemos acreditar que o monstro que se manifesta, como o estupro, violência doméstica e feminicídio, principalmente contra as mulheres é “NORMAL”. Que a violência contra crianças “SEMPRE EXISTIU”. Que o racismo, a discriminação contra negros e índios é somente o resultado histórico de uma colonização perversa e cruel. Que jovens negros e de perifieria são as principais vítimas da violência, com a perda de suas vidas e que não há problema nenhum nisso, pois afinal são pobres.

        Hoje as instituições estão pesquisando por que tantos jovens estão tendo crises de depressão, ansiedade e ações, inclusive, violentas nos ambientes escolares. A escola que socializa, enfrenta o pior desafio de todos os tempos, combater as consequências do ambiente agressivo da sociedade.

        PRECISAMOS DAR UM BASTA. Não é normal a violência. Não é aceitável que se mate pessoas motivadas por ideologias políticas.

        Se a sociedade consegue produzir este ambiente é porque a maioria não está se posicionando. Nós somos a maioria, que deseja a convivência entre os diferentes, com tolerância e respeito. Pensar, optar por posições que podem ser contrárias é o que garante a evolução da humanidade. Isso não pode ser destruído pelo sentimento de ódio e violência para com quem pensa diferente.

        Nós cidadãos precisamos ter a coragem de manifestar o comprometimento para com ações que possam pacificar a nossa sociedade e criar ambiente propício para a convivência.

        Se a sociedade produz o violento tem a mesma capacidade de produzir o pacifista, o democrata, o cidadão com empatia e amorosidade.

Cléo Roberto Matick Malheiros

Professor Estadual

 

 

 

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Fonte dos dados citados:

(G1 Monitor da Violência - Análise dos números da ... - Globo https://g1.globo.com)

(Brasil tem menor taxa de homicídios em uma década, mas está entre os ...https://gauchazh.clicrbs.com.br )

( Violência no Brasil - Toda Matéria https://www.todamateria.com.br)

(https://saibamais.jor.br/2022/03/violencia-contra-a-mulher-triplicou-no-brasil-em-2021-e-em-2022-houve-um-feminicidio-a-cada-8-dias-no-rn/)

(https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/03/violencia-contra-mulher-2021-v5.pdf)

 

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