Turistas gaúchos que ficaram presos em nevasca nos Andes conseguem chegar a Santiago, no Chile

 

Grupo desceu a Cordilheira dos Andes até uma base militar do Exército chileno em Los Andes. De lá, a agência de turismo buscou os brasileiros e os levou até a capital do país, onde se hospedaram em um hotel

Os turistas gaúchos do Vale do Taquari que ficaram retidos na fronteira entre o Chile e a Argentina por causa de uma nevasca conseguiram chegar a Santiago nesta terça-feira (12). Com a ajuda do Exército chileno, desceram para uma base militar no pé da Cordilheira dos Andes. De lá, seguiram viagem com a empresa de turismo que haviam contratado.

Para Gerson Henrich da Silva, gerente comercial da Gemold Pré-Moldados, de Estrela, a esposa e a filha de seis anos, o que era para ser um passeio divertido acabou virando um incômodo. A família saiu de Teutônia na terça-feira (5) e pretendia passar uma noite em Mendoza, na Argentina, antes de rumar para Santiago, capital do Chile. No entanto, devido às condições climáticas, não conseguiram deixar o território argentino — e acabaram retidos.

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— No terceiro dia, eles liberaram a passagem para todos nós, viemos em direção a Santiago do Chile. Quando chegamos na aduana chilena, fizemos todos os papéis de entrada no Chile, entramos no ônibus para sair, mas fecharam os portões e disseram que as condições climáticas não eram favoráveis, que não deixariam mais ninguém sair daqui — conta.

De acordo com o gerente comercial, no primeiro dia, eles não receberam nenhuma refeição. Com a chegada do Exército, no domingo (10) à noite, a situação começou a melhorar. No entanto, a comida ainda era escassa. O grupo de 34 passageiros de Estrela e Teutônia, sendo 28 idosos e uma criança de seis anos, teve de dormir no ônibus e não conseguia tomar banho. 

— Estamos bem. Dentro do ônibus quentinho, agora com alimentação, só que está prevista uma nova nevasca para amanhã, e essa nevasca vai fechar tudo de novo, para ambos os lados, e nós vamos ficar aqui sem poder sair — comentou no início da tarde desta terça-feira, antes de deixar o local.

O pavilhão onde estavam abrigados fica no topo da montanha, e os funcionários da aduana estavam sendo solidários com quem permanecia no local.

— Está todo mundo colaborando muito. Nós estamos há quatro dias sem tomar banho. Eu,  como tenho uma criança, um funcionário aqui do alojamento cedeu o quarto para a gente tomar um banho. Porque com criança é tudo mais complicado mesmo — ressaltou Gerson. — O pessoal da aduana está fazendo o máximo para atender a gente, mas eles também foram pegos de surpresa, não estavam preparados para isso e tiveram que recolher todo mundo que estava na estrada para cá.

Como a situação na aduana é precária e há previsão de que a nevasca perdure até o próximo domingo (17), o Exército buscou pessoas que estavam abrigadas no local para levá-las a um alojamento das Forças Armadas. Três caminhões desceram as curvas das estradas nas montanhas, chamadas de Caracoles, lotados com os passageiros do Vale do Taquari e outras pessoas que estavam alojadas na aduana, como motoristas.

— A gente estava morrendo de medo porque, imagina, descer dentro da caçamba, na carroceria de um caminhão com uma lona por cima, os Caracoles, que são trinta curvas, e puro gelo e neve para tudo que é lado. Depois a gente viu que era tranquilo, mas no começo nós estávamos bem ansiosos ou bem preocupados, com medo do frio, do vento e das curvas ali, aqueles morros para tudo que é lado, precipício, mas foi bem seguro — relatou.

O grupo desceu a Cordilheira dos Andes até a base militar do Exército, em Los Andes. De lá, a agência de turismo buscou os brasileiros e os levou até a capital chilena, onde se hospedaram em um hotel.

— Eu não sei ainda o que dizer, até quando ficaremos aqui, porque acabamos de entrar no hotel. A tendência é que até domingo não tenha como sair daqui, só de avião — afirmou.

Produção: Fernanda Polo

GAUCHA ZH 12/07/22

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