A Cultura ainda respira? Confira a Coluna JUNTO E MISTURADO
Foco de
muitas críticas e de intenso debate político, como nossa sociedade colocou a
cultura como um “problema”?
Não sou especialista dentro desta área,
mas nunca este tema foi tão politizado como nos dias atuais. De um lado críticas contra o financiamento na
área da cultura. Críticas a leis como a Rouanet que incentiva a cultura, com
patrocínio e financiamento. Ou a Aldir Blanc que vem para socorrer esta área
tão afetada pelos danos da pandemia que vivemos.
Porquê das críticas? Porque vimos duplas
sertanejas ganhando altíssimos valores por shows que, segundo a denúncia,
serviam para lavar dinheiro público para corrupção. Ou financiamento de filmes
e peças de teatro que acabaram não sendo realizadas. Como aceitar um conjunto
de críticas que generalizam conceitos a uma área essencial para a identidade de
um povo? Uma Nação, Estado ou Município que não investe em cultura incentiva a
ignorância e a desvalorização de seu próprio povo. Mesmo assim insisto que o
que nos falta é mais incentivo e investimento. Não podemos imaginar um país com
uma diversidade cultural tão grande, como o nosso, não investir maciçamente em
Cultura.
Estamos diariamente convivendo com
jovens que afirmam que não “há nada para fazer, ou nada para participar” ou que
não é promovido ações culturais que vão de encontro a sua idade.
Bom, mas como sociedade o que
estamos propondo de bom e saudável para esta geração?
Promovemos espaços somente de música e
dança e acreditamos que são as únicas possibilidades de valorização da cultura.
São muito importantes, mas não devem ser as únicas.
Existem muitas alternativas que podem
agregar conhecimento e incentivo para o enriquecimento cultural das pessoas.
Quais os incentivos para a leitura? Não me refiro a somente promover uma Feira
do Livro, mas espaços de trocas, debates e doações de livros.
Creio que um
município como o nosso pode propor mais nesta área.
Seguem
algumas sugestões de ações culturais que já são experiências concretas em
muitos lugares de nosso país. E com certeza devem existir muitas mais. Vamos
lá: Exposições de obras de arte, artesanato e artefatos históricos. Festival de
danças (seja de grupos de dança gaúcho ou típicos de diferentes etnias); mateada
e show musical; apresentações de teatro; apresentações musicais de talentos
locais; shows de mágica; ações para cultura e educação para o trânsito; Cinema
a céu aberto; oficinas de música, teatro, dança, balé, capoeira, poesia,
comidas típicas nas escolas.
Por que não
termos um belo domingo de música clássica em nossa praça? ou de corais? ou
apresentações de música gospel?
São ideias.
Não sou especialista na área, mas acredito que é possível fazer mais e
enriquecer uma geração que clama por mais. Se a sociedade não se mobilizar para
isso, não pode reclamar do que os jovens escutam ou valorizam nos dias de hoje.
Cléo Roberto Matick Malheiros
Professor
Estadual
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