RS confia no governo federal, mas monta plano B para aquisição de vacinas do Instituto Butantan
Eduardo Leite confirma contato com governo de São Paulo, mas afirma que “tudo leva a a crer” que governo federal irá adquirir imunizantes
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Tema foi discutido durante coletiva do Distanciamento Controlado nesta segunda-feira | Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini / CP |
O Palácio Piratini está confiante de que o governo federal
tomará frente na aquisição e distribuição, o mais rápido possível, da vacina contra a Covid-19. Em coletiva nesta
segunda-feira, o governador Eduardo Leite afirmou que no que tange “as
conversações” entre esferas políticas, o governo de Jair Bolsomaro cumprirá sua
responsabilidade no Plano Nacional de Imunização. No entanto, apesar da
convicção do chefe do Executivo gaúcho, ele afirmou que o RS mantém um
"plano B" de compra direta das doses junto ao laboratório de produção
de São Paulo, o Instituto Butantan.
“Nós já fizemos o contato com o governo de São Paulo para
que, se não houver a disponibilização das vacinas que podem ser mais
rapidamente liberadas pelo Instituto Butantan, a partir do laboratório chinês
Sinovac, a CoronaVac, fazemos a aquisição direta. Mas tudo leva
a crer em todos os contatos que fazemos, que o governo federal cumprirá sua
tarefa de articulador a partir do Programa Nacional de Imunização das compras e
distribuição da vacina”, afirmou, sinalizando o avanço da testagem e eficácia
de ao menos outros três imunizantes contra o coronavírus.
Enquanto não há acordo concreto com o Ministério da Saúde, o
governo do Estado se prepara “organizando a logística, locais para
condicionamento das vacinas com as estruturas de câmaras frias”. A ideia é que
o Estado tenha condições para receber a vacina assim que seja disponibilizada e
distribuída. Entretanto, Leite não divulgou como o governo pretende selecionar
e quais serão os primeiros grupos imunizados em solo gaúcho.
Até lá, o recado do Piratini à população é que os protocolos
sejam redobrados frente a um patamar mais crítico da pandemia no Estado,
semelhante ao que ocorreu entre agosto e setembro. Alguns números apresentados
por ele durante a coletiva apontam índices mais preocupantes em casos
confirmados, suspeitos e internações, tanto clínicas como em UTIs.
Ontem, o RS tinha 677 internações de pacientes confirmados
para o coronavírus – volume próximo ao pico da série registrado em 19 de
agosto, com 728 internações. Quando somados suspeitos e confirmados, até o dia
22 de novembro tínhamos 818 pacientes, frente 948 em 16 de agosto. Uma das
diferenças entre os cenários é a maior disponibilização atualmente de leitos
livres, devido à ampliação ocorrida neste período entre os dois picos.
“Apesar de ter mais hospitalizações e de mais casos
confirmados, não há o aumento no número de óbitos. Ainda é prematuro dizer que
não haverá ainda o aumento, mas temos que continuar monitoramento para pensar
as ações", apontou o governador Eduardo Leite. Segundo ele, novas medidas
de restrições não estão no horizonte do governo. No entanto, se o cenário
agravar, Leite não descarta ajustes nos protocolos. Só que desta vez ele
estudará ações com menos impactos à economia, alertou. Para ajudar na
conscientização, o governo do Estado iniciou nesta segunda-feira o "Te
Cuida", uma campanha de comunicação mais intensa para conscientização dos
gaúchos.
23/11/2020 Correio do Povo
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