Lira contradiz Bolsonaro, afirmando que segunda onda de Covid era 'previsível' e que vai discutir com governadores ações contra pandemia

 

o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista coletiva na quinta-feira (25) — Foto: Reprodução/GloboNews


Presidente da Câmara voltou a defender esforços do poder público para agilizar a vacinação no Brasil. Para Lira, situação de Manaus foi um dos ‘pré-avisos’ do que aconteceria.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou neste sábado (27) que a alta de casos de Covid-19 no Brasil era "previsível" e que conversará com governadores na semana que vem sobre ações para enfrentar a pandemia.

Lira fez as declarações em uma rede social e em uma entrevista a um grupo de advogados. O deputado afirmou que a situação de Manaus, onde pacientes morreram por falta de oxigênio, foi um dos “pré-avisos” do que aconteceria ao restante do país.

“Nós estamos em uma segunda onda que teve pré-avisos ali de Manaus, sempre começa por lá e começou por lá a primeira e mais algumas capitais por causa do hub. Nós tivemos aí ao final do ano Réveillon, Natal, carnaval, muitas pessoas viajando pelo Brasil. E era previsível que essas coisas acontecessem”, disse Lira.

Segundo consórcio de imprensa, o Brasil registrou nesta sexta-feira (26), dia em que se completou um ano do 1º caso de Covid-19 no país, 1.327 mortes pela Covid-19, chegando ao total de 252.988 óbitos desde o começo da pandemia.

A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 1.148. Após recorde na véspera (quando chegou a 1.150), essa é a segunda maior média registrada até aqui. É o terceiro dia seguido com o índice acima da casa dos 1.100.

O presidente da Câmara voltou a defender que a vacinação seja agilizada no Brasil. O balanço da vacinação no país registra que 6.433.345 de pessoas já receberam a primeira dose, número que representa 3,04% da população brasileira.

A segunda dose já foi aplicada em 1.874.426 pessoas (0,89% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal. No total, 8.307.771 doses foram aplicadas em todo o país.

“O que nós temos que agilizar, e aí todos nós juntos, político, empresários, governadores, deputados, senadores, Pode Executivo, sociedade civil organizada, são as vacinas”, disse Lira.

Governadores

Em uma rede social, Lira informou que pretende se reunir com governadores na semana que vem para ouvir sugestões de medidas legislativas e alterações no Orçamento para combater a pandemia. Ele informou que a presidente da Comissão Mista do Orçamento, deputada Flavia Arruda (PL-DF), e o relator, Marcio Bittar (MDB-AC), estarão presentes.

“Pretendo fazer uma teleconferência com os governadores nesta semana, junto com a presidente e o relator da CMO, para ouvir como o Orçamento pode ajudar na superação da pandemia”, postou.

Lira afirmou que neste momento, em que governadores anunciam aumento das restrições de circulação, com a opção de toque de recolher e lockdown, a “hora é de contribuir”.

Lira também quer ouvir sugestões dos governadores sobre medidas “legislativas emergenciais” para serem analisadas em “caráter de urgência”, mas “respeitando o teto fiscal, com o objetivo de enfrentar os efeitos da Covid 19”.

“Neste momento em que inúmeros governadores estão tendo que tomar a difícil decisão do lockdown, é hora de contribuir, buscando novas alternativas e novas vias legais para, juntos, mitigarmos essa crise”, afirmou na rede social.

Crítico do isolamento social e do uso de máscaras, o presidente Jair Bolsonaro tem discordado de medidas adotadas mais restritivas nos estados e no Distrito Federal para conter o avanço da pandemia de Covid-19, como implantação de toque de recolher e proibição total de atividades não essenciais.

Na sexta-feira, durante evento no Ceará, Bolsonaro disse que daqui para a frente os governadores que "fecharem seus estados" é que devem bancar o auxílio emergencial

"São dois problemas que devemos tratar de forma simultânea e com a mesma responsabilidade. E o povo assim o quer. O auxílio emergencial vem por mais alguns meses e, daqui para frente, o governador que fechar seu estado, o governador que destrói emprego, ele é quem deve bancar o auxílio emergencial. Não pode continuar fazendo política e jogar para o colo do Presidente da República essa responsabilidade”, disse Bolsonaro.

Compra de vacinas

Lira disse que a Câmara tratará com "celeridade" a votação de um projeto, aprovado no Senado, com objetivo de facilitar a aquisição de vacinas contra a Covid-19 pelos governos federal, estaduais e municipais.

Segundo a proposta, enquanto durar a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) decorrente da Covid-19, a União, os estados e os municípios estarão autorizados a comprar vacinas e a assumir riscos relacionados a eventuais efeitos adversos pós-vacinação — isso desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha concedido registro ou autorização temporária de uso emergencial das vacinas adquiridas.

O texto diz ainda que a União, estados e municípios poderão constituir garantias ou contratar seguros para a cobertura dos eventuais efeitos adversos.

 

G1.com 27/01/2021

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