Um novo modelo de escola pública entra na pauta do governador do RS
Presidente das escolas norte-americanas charter schools apresentou a Leite uma alternativa para o ensino no Estado
O encontro
aconteceu na segunda-feira passada e passou praticamente despercebido. No
Palácio Piratini, Eduardo Leite recebeu o norte-americano Jon Hage, fundador e
presidente da CSUSA, empresa pioneira em um modelo alternativo de escolas nos
Estados Unidos, as charter schools.
A ideia nasceu na Florida, nos anos
1990, quando Hage assessorava o então governador Jeb Bush. Em 1997, a primeira
escola charter era fundada, baseada em uma legislação que estabelecia parcerias
público-privadas no setor. Resumidamente, o funcionamento pode ser explicado da
seguinte forma: os investidores constroem a escola e montam a estrutura. Os
pais decidem, por livre e espontânea vontade, matricular seus filhos. O governo
paga – menos do que pagaria em uma escola pública – pela educação. A gestão é
liderada por um conselho comunitário.
Em
conversa com Hage no Instituto Ling, em Porto Alegre, logo depois do encontro
com o governador. Ele se apressou em explicar que esse novo modelo não
acaba com o ensino público como o conhecemos hoje, mas cria
uma terceira opção que, nos EUA, aumentou a competição e, consequentemente, a
qualidade das escolas que, lá, são financiadas pelos municípios. O
norte-americano, que em 2017 esteve na lista dos empresários mais influentes da
Florida, não poupou elogios a Eduardo Leite. “Ele é extremamente inteligente e
bem preparado. Já conversei com centenas de líderes políticos e tenho certeza
de que o senhor Leite vai longe”, afirmou enquanto bebia seu copo de água
mineral sem gás.
Questionado sobre uma eventual
barreira ideológica ao modelo, Hage argumenta que hoje, no setor
da educação pública, já há centenas, talvez milhares de
empresas contratadas pelo governo – direta ou indiretamente: material escolar,
livros, conservação e construção de escolas, entre outros produtos e serviços.
O modelo charter garante, de acordo com ele, eficiência com menor custo, sem
que o governo abra mão de estabelecer, fiscalizar e cobrar os parâmetros
contratuais. Presidentes americanos, tanto democratas como republicanos -
Trump, Obama, Bush e Clinton - elogiaram a iniciativa.
A vinda de
Hage a Porto Alegre foi uma iniciativa do também empresário Leonardo Fração, do
Instituto Floresta. A ideia é aproveitar o percentual destinado à educação
previsto na Lei de Incentivo à Segurança para construir uma escola charter
experimental em Porto Alegre. Tudo ainda depende de regulamentação específica.
Na terça, Fração e Hage foram para Brasília, onde apresentaram a ideia ao
ministro da Educação.
GAUCHA ZH 24/05/2019
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