Adesão de professores à vacina contra a covid-19 já chega próximo a 90% no RS
Liberação para toda a categoria a nível estadual ocorreu há
apenas 10 dias
Apenas 10 dias após o governo Eduardo
Leite liberar a vacina
contra a covid-19 para profissionais da educação básica de todo o
Rio Grande do Sul, a categoria apresenta altíssima adesão à campanha, indicam
dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) desta quarta-feira (9). Dos
147.252 trabalhadores da educação, 88,1% já recebeu a primeira dose.
Especialistas estimam que cada público-alvo deve atingir
entre 75% a 90% de cobertura vacinal com as duas doses para que o Estado como
um todo obtenha a imunidade coletiva, atingida com cerca de 70% da população
vacinada — a porcentagem pode variar conforme a população e o tipo de vacina
utilizada.
A alta cobertura vacinal de professores com a primeira dose
menos de duas semanas após o governo do Estado permitir a busca por imunizante
já é maior do que a de outros públicos-alvo há mais tempo com possibilidade de
vacinação, como idosos (84,6%) e indivíduos com comorbidades (59%).
No Rio Grande do Sul, professores só têm menor adesão do que
trabalhadores da saúde, idosos em asilos, indígenas e forças de segurança e
salvamento, ainda conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Em Porto Alegre, 16.570 profissionais da educação já
receberam a primeira dose, um número inclusive maior do que a estimativa de
profissionais existentes na cidade feita pela prefeitura — a cobertura vacinal
atinge 103,26%.
— Professores são maciçamente uma população que entra por
último na campanha e demonstram uma importante adesão talvez por terem maior
acesso à informação — sugere o médico epidemiologista Ricardo Kuchenbecker,
gerente de risco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
A vacinação de professores começou de forma isolada no início
de maio no Rio Grande do Sul, após a insurgência de prefeitos de Esteio, Campo
Bom, São Leopoldo e Restinga Seca, apesar
da contrariedade do governo do Estado e do Ministério
Público – como resultado, atualmente já há cerca de 1% dos
professores gaúchos com segunda dose.
Na sequência, em 11 de maio, a Federação das Associações de
Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) orientou
que todas as prefeituras começassem a imunizar a categoria. Em 28 de
maio, após aval do Ministério da Saúde, o governo
Eduardo Leite liberou a vacinação de professores. No dia seguinte,
centenas de municípios, incluindo
Porto Alegre, deram a largada na vacinação de professores.
Até esta quarta-feira, o Rio Grande do Sul já vacinara 30,7%
da população com a primeira dose e 14% com a segunda dose. É o Estado que mais
aplicou a segunda dose em todo o país e o segundo na aplicação da primeira
dose, conforme análise do painel Covid-19 no Brasil.
Analistas creditam o bom desempenho, apesar da escassez de
doses, à experiência de anos de governos e servidores gaúchos com a vacinação
contra a gripe, em meio a um inverno rigoroso, e o maior repasse pelo Ministério
da Saúde em razão de uma população mais envelhecida e com mais comorbidades.
- Estimativa
de profissionais da educação básica no RS: 147.252
- Professores
com a primeira dose: 129.656 (88,1%)
- Professores
com a segunda dose: 1.396 (0,9%)
Por GAUCHA ZH 09/06/2021
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