OPINIÃO
A grande decisão: Privatizar ou não o Banrisul?
Privatizar, é o processo de venda de empresas públicas ou de
transferência do controle acionário de empresas de economia mista para
investidores e corporações nacionais ou multinacionais privadas.
No Brasil, o ápice das privatizações ocorreram no período de
1995 a 2002, na gestão do Presidente Fernando Henrique Cardoso – FHC. As
políticas adotadas durante esse governo tinham como objetivo, reduzir a
presença do Estado no setor financeiro, através do processo de privatização das
empresas estatais, principalmente dos bancos públicos.
Nos anos de 2008 e 2009, a crise econômica mundial – da
famosa “marolinha” citada pelo então Presidente Luis Inácio LULA da Silva, fez
com que Itaú, Banco do Brasil e Santander fizessem uma série de aquisições e
fusões, que ajudaram a concentrar ainda mais as atividades bancárias
brasileiras.
Aqui, o foco são as instituições financeiras, e tais
conceitos e informações acima, fazem parte do contexto atual proposto pelo
futuro Ministro da Fazenda, Paulo Guedes. No passado, houveram bons fatores nas
privatizações, como por exemplo a eliminação de instituições financeiras com
problemas e também a entrada de capitais estrangeiros no país.
Contudo, acarretou naquele que sem dúvida é o maior problema
do setor financeiro nacional. A concentração do mercado de crédito brasileiro
em um grupo de apenas 5 bancos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú,
Bradesco e Santander. Juntos, eles detêm 72,69% dos ativos.
Em um comparativo com outros países de concentração bancária
dos cinco maiores bancos do país, Estados Unidos, China e Índia têm um índice
de concentração bancária de 43, 37, 36%
respectivamente.
Todas mensurações supracitadas, são para discutir a
privatização mais latente ao povo gaúcho. O BANRISUL, será o fiel da balança do
governo Eduardo Leite. Se por um lado, durante a campanha eleitoral o
Governador eleito deixou bem claro que não privatizaria o banco forte dos
gaúchos, por outro já sabe que dificilmente conseguirá fazer o acordo com o
governo federal se não vender o BANRISUL.
Os bancos estaduais prejudicam a atividade econômica
proposta pelos governos federais por ter regras regionalizadas e fomentar a
economia local de forma direta.
Não obstante, os 5 grandes grupos que levam a grande fatia
do bolo do mercado de crédito financeiro, estão de olhos atentos para esse
negócio. Por um lado, Itaú, Bradesco e Santander vão se degladiar para adquirir
o BANRISUL, e dessa forma incorporar uma grande potência ao seu capital.
Por outro, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ficarão
em especial com os recursos dos Regimes Próprios de Previdência – RPPS,
espalhados pelo estado, tendo em vista que por normatização do Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Sul – TCE-RS, esses recursos só podem ser
alocados em bancos públicos, que atualmente são Banrisul, Banco do Brasil e
Caixa Econômica Federal e portanto migrarão automaticamente para um ou outro
destes bancos.
Caberá ao novo Governador decidir o rumo de sua política
para o Estado do Rio Grande do Sul, observando diretamente o caso BANRISUL,
pois este gera impacto na vida de toda sociedade gaúcha, desde os funcionários,
passando pelos produtores rurais, empresas e clientes pessoas físicas que têm
neste banco uma relação extremamente forte de crédito e confiança
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