Ponto a ponto: o que pode mudar com a reforma do Imposto de Renda aprovada na Câmara
Projeto chancelado pelos deputados ainda precisa ser validado
pelo Senado para valer em 2022
A Câmara
dos Deputados concluiu na tarde desta quinta-feira (2) a votação
da reforma que altera o Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e
investimentos. Depois de contar com apoio da oposição para avançar
no texto na quarta-feira (1º), partidos do centrão emplacaram no dia
seguinte uma mudança que reduziu a cobrança de IR sobre dividendos distribuídos
por empresas.
Essa foi a única alteração aprovada nesta quinta pelos
parlamentares, na votação dos chamados destaques. Outros 13 foram rejeitados.
Para valer, o texto ainda precisa ser validado pelo Senado,
onde o governo
sofreu duas derrotas expressivas na noite da quarta-feira. Se aprovadas,
as novas regras passam a valer em 2022.
Confira, ponto a ponto, o que pode mudar com a reforma
Pessoa Física
- Ampliação
da faixa de isenção da tabela do IR, que passa a ser para todos os
contribuintes que ganham até R$ 2,5 mil (hoje, é R$ 1,9 mil), correção de
31,3%.
- Igual
índice é usado para reajustar a parcela a deduzir por aposentados com 65
anos ou mais
- As
demais faixas terão reajuste entre 13,2% e 13,6%, enquanto as parcelas a
deduzir aumentam de 16% a 31%
- Deduções
com dependentes e educação continuam no mesmo valor
- Segundo
o governo, a atualização vai isentar 5,6 milhões de novos contribuintes.
Com isso, os isentos passariam dos atuais 10,7 milhões para 16,3 milhões.
Já os demais trabalhadores com carteira de trabalho assinada terão um
desconto menor no contracheque
- Foi
mantido o desconto simplificado na declaração de ajuste anual para todos
os declarantes, no valor máximo de R$ 10.563,60
- Atualmente,
o desconto é de 20% dos rendimentos tributáveis, limitado a R$ 16.754,34,
e substitui todas as deduções permitidas, como gastos com saúde, educação
e dependentes
- Pela
proposta inicial, esse desconto somente seria possível para aqueles que
ganham até R$ 40 mil por ano, limitado a R$ 8 mil (20%)
Lucros e dividendos
- Os
deputados aprovaram destaque do partido Republicanos que reduz, de 20%
para 15%, a alíquota do IR retido na fonte dos lucros e dividendos
distribuídos pelas empresas aos investidores. O destaque foi aprovado com
319 votos contra 140, e duas abstenções
- A
taxa de 20% constava no texto-base do projeto das novas regras do IR. É a
mesma alíquota proposta pelo governo federal, autor do projeto
- Pessoas
físicas estão isentas da tributação de lucros e dividendos desde 1996
Empresas
- O
texto prevê redução de 15% para 8% na alíquota do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica (IRPJ) e corte de um ponto percentual na Contribuição
Social sobre Lucro Líquido (CSLL)
- Já
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) diminuirá 0,5 ponto
percentual em duas etapas, condicionadas à redução de incentivos tributários
que aumentarão a arrecadação
- Assim,
o total, após o fim desses incentivos, será de um ponto percentual a
menos, passando de 9% para 8% no caso geral. Bancos passarão de 20% para
19%; e demais instituições financeiras, de 15% para 14%
GAUCHAZH 02/09/21
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